sexta-feira, 14 de julho de 2017

As Ruínas de São Francisco


As Ruinas de São Francisco

As Ruinas de São Francisco

As Ruinas de São Francisco

As Ruinas de São Francisco

AS RUÍNAS DE SÃO FRANCISCO 
Não há como saber do lampadário
suspenso pela abóboda alta e ignota.
Quando eu sonho entretanto com sacrário,
uma luz clara da agra abside brota,

arde e assusta. Ou da nave à sacristia,
não ferissem as garras dessa grade
a guardar as ruínas da arcaria,
nem mesmo o suave enlevo que te evade.

Senão seria um muro de tijolos
que tombara ao primeiro pé de vento,
servindo a bêbados, mendigos, tolos...

ou tão só um admirável monumento
intérmino – e não mística jazida
das cinzas. Tenho que mudar de vida.
Wagner Schadeck

Os padres franciscanos chegaram na cidade em 1746 e foi designada a eles a atual Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas (que até então chamava-se Igreja da Nossa Senhora do Terço). Ainda naquele século XVIII os franciscanos iniciaram a construção do seu convento no local em que hoje é a Praça João Cândido.
A construção nunca foi concluída e restaram as ruínas. São resquícios do que seria a Igreja São Francisco de Paula. Nos fundos das ruínas, onde hoje está localizado o Belvedere, existia uma capela, que foi demolida no início do século XIX.
Em 1860 decidiram anexar duas torres na antiga Catedral (que não é o prédio atual) e para isso usaram pedras que estavam acumuladas para finalizar a construção – que estava parada – dos Franciscanos.
A obra não foi adiante e passou a ser ruína antes de ser concluída.

O conjunto da Praça João Cândido, que compreende as ruínas e o belvedere, é tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e é uma Unidade de Interesse de Preservação.

Relendo o livro “Grupos Escolares de Curitiba na primeira metade do século XX” deparei-me com uma informação relacionada as ruínas que antes não tinha notado e que é bem interessante.
… Em Curitiba, o primeiro registro de um espaço escolar é de 1836, quando após insistentes solicitações ao governo provincial, o professor João Baptista Brandão conseguiu “uma boa, decente e grande sala que serve de consistório da começada igreja de São Francisco de Paula, igreja que se acha em completo abandono”. A primeira escola de Curitiba localizou-se, portanto, em uma ruína.”
texto complementado em 2 dez. 2021

Publicação relacionada:

Referência:
LYRA, Cyro Illídio Corrêa de Oliveira et al. Espirais do tempo: bens tombados do Paraná. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2006. 440 p.
CASTRO, Elisabeth Amorim de. Grupos Escolares de Curitiba na primeira metade do século XX. 1. ed. Curitiba: Edição do autor, 2008. 160 p.