domingo, 12 de maio de 2019

Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04

Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 - vista fachada
Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 - vista perfil
Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 - detalhe tholos
Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 - detalhe vitral fachada
Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 - detalhe porta lateral

O antigo Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 teve a pedra fundamental lançada em 24 de junho de 1947 e a obra foi inaugurada em 15 de julho de 1952.

O prédio, localizado em uma espécie de triângulo entre a Rua Portugal e a Alameda General Raul Munhoz (fazendo frente para a Rua Inácio Lustosa) é interessante, principalmente a fachada, com colunas e um tholos na parte superior.
Possivelmente vários desses elementos arquitetônicos esteja relacionados com algum tipo de simbologia maçônica, mas desconheço o assunto.

Depois de publicado do texto original, alguém indicou-me uma informação sobre o prédio que eu não havia descoberto anteriormente. Nela encontramos uma ligação entre a maçonaria e a umbanda.

José Orlandini Lopes, casado com Eugenia Lopes de Oliveira (1909 – 1994) e Hercílio Jordão Guiraud, casado Amélia Guiraud (1904 – 1998), foram dois dos fundadores do Templo Maçônico da Loja Sol do Oriente nº 04 e estiveram envolvidos na construção do templo. Dna. Eugenia era também conhecida como tia Zizi.

Transcrevo a seguir alguns trechos de um texto intitulado “Umbanda no Paraná” do site “Terreiro do Pai Maneco”.

“… Os maridos de Tia Zizi e D. Amélia – que eram maçons e estavam juntos na construção do Templo Sol do Oriente – conseguiram um terreno triangular para a edificação da casa. Através da amizade dos esposos, as correntes mediúnicas se uniram e, sob as determinações do Pai João de Benguela, o templo foi sendo construído. A edificação foi feita com base nas simbologias das antigas sabedorias. O congá ficava na mesma altura do altar do Venerável da loja maçônica e havia um fio de cobre (fio transmissor de energia) ligando os dois, sendo que na parte de cima havia a loja maçônica e na de baixo, o templo de Umbanda. Ainda existia uma área de chão batido atrás do congá à qual somente alguns médiuns tinham acesso. …
… Sob o comando do Pai João de Benguela, os trabalhos eram realizados duas vezes por semana, e somente a Tia Zizi, D. Amélia e poucos  médiuns trabalhavam incorporados. Os demais participavam da firmeza da corrente, sem incorporar, mas, mesmo assim, demonstrando muita seriedade e devoção. …
… As duas trabalharam juntas no Templo Sol do Oriente até 1951, quando D. Amélia fundou a Tenda Espiritualista de Yemanjá (em 23/06/1951, segundo o site da A.M.E.M.) onde trabalhou por três anos sob orientação do Caboclo da Mangueira. …
… Apesar de parecer estranha a ligação tão estreita entre a Umbanda do Paraná e a maçonaria, nos foi lembrado que a maçonaria tem três colunas de trabalho: sabedoria, força e beleza e as três colunas da umbanda são: Preto Velho, Caboclo e Erê. E onde elas se unem? A sabedoria do Preto Velho, a força do Caboclo e a beleza dos Erês.
Em cada região do país a Umbanda foi inserida dentro do contexto social da época. Em Curitiba, a maçonaria era a grande força que poderia dar respaldo para o início dos trabalhos de forma ampla e sem perseguição policial, pois os grandes nomes da sociedade estavam dentro da maçonaria e estes, dentro do Templo Sol do Oriente. ...”

Muito interessante.
texto alterado em 14 mai. 2019

Referência:
MUSEU Maçônico Paranaense [site]. Loja Sol do Oriente nº 0.004. Disponível em: <http://www.museumaconicoparanaense.com/MMPRaiz/LojaPRate1973/0004_GLPR_Hist.htm>. Acesso em 10 mai. 2019.
OLIVEIRA, Denise Freitas de; CAVALLI JUNIOR, Edgar. Umbanda no Paraná. Terreiro do Pai Maneco [site], Curitiba, 11 mai. 2013. Disponível em: <https://www.paimaneco.org.br/2013/05/11/umbanda-no-parana/>. Acesso em 14 mai. 2019.