sexta-feira, 8 de junho de 2018

Presença Negra em Curitiba

exposição “Presença Negra em Curitiba” na Casa Romário Martins

exposição “Presença Negra em Curitiba” na Casa Romário Martins

exposição “Presença Negra em Curitiba” na Casa Romário Martins

Está em cartaz a exposição “Presença Negra em Curitiba” na Casa Romário Martins (Unidade de Interesse de Preservação e Patrimônio Cultural do Paraná), no Largo Coronel Enéas.

No texto de abertura está escrito:

“Curitiba é também africana
A desfeito da forte identidade européia associada a Curitiba, a importância da presença da população negra na formação e desenvolvimento da cidade é inquestionável para quem conhece ao menos um pouco da sua história.
Uma das mais antigas – e mais belas – representações de Curitiba, feita em 1827 pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, apresenta um homem negro trabalhando no Alto do São Francisco. Os negros participaram da formação e desenvolvimento da cidade de maneira expressiva, labutando arduamente, na condição de escravizados, mas também como libertos e livres. Foram carregadores, calceteiros, extratores e beneficiadores de erva mate; tiveram ofícios qualificados, como eram os de pedreiro e carpinteiro nos séculos XVIII e XIX. As mulheres negras também se dedicaram a várias tarefas, trabalhando nas casa e nas roças, laborando no comércio urbano.
Na cidade onde viviam, jovens negros, dede o século XIX, procuraram se instruir, frequentando escolas, para que a partir do letramento, pudessem ter uma inserção mais favorável na sociedade.
Constituíram associações, para, de forma organizada, fazer frente ao preconceito e buscar reverte a condição subalterna que foram colocados. Mesmo quando escravizados, usaram de todas as estratégias que tinham ao alcance – e as ampliaram – visando superar as adversidades.
Engendraram formas próprias de expressão de religiosidade. Não sem ter de vencer obstáculos que lhes eram impostos pela discriminação, inseriram-se nos esportes. Produziram arte de qualidade admirável. Tornaram-se profissionais de destaque me vários campos de atuação – na advocacia, na engenharia, da decência.
Essa exposição, mostrando de forma contundente essa Curitiba cuja identidade está ancorada também na África, contribui para que uma identidade mais justa e mais democrática se associe à nossa cidade. Uma cidade que orgulhosamente se reconhece negra!
Joseli Mendonça
Departamento de História – UFPR”
Curitiba 1827 - Jean-Baptiste Debret

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