sábado, 2 de dezembro de 2017

Fábrica de Louças Colombo

medalhão cerâmico policromático com figuras em relevo

Fábrica de Louças Colombo no Museu Paranaense

No Museu Paranense tem uma exposição de longa duração chamada “Indústrias do Paraná”, com um acervo muito interessante sobre o início da industrialização do estado. O acervo é constituído principalmente por objetos de empresas de Curitiba, ou da região metropolitana, como a Pianos Essenfelder, Fábrica de Fitas Venske, Matte Leão, Cerâmicas Colombo, Todeschini e outras.

Nas fotos de hoje apresento a seção sobre a Cerâmica Colombo.

Em um texto está escrito o seguinte:

“Fábrica de Louças Colombo
A produção de cerâmica branca, as chamadas “louças finas”, no Paraná data do final do século XIX, quando foi estabelecida uma fábrica pelo imigrante italiano Francisco Busato na região metropolitana de Curitiba, no atual município de Colombo.
Sustentada principalmente por mão de obra estrangeira, recebendo das autoridades locais incentivos fiscais e abatimentos nos impostos para importação de maquinário, a Fábrica de Loucas Colombo participou de uma série de exposições regionais e nacionais, sendo premiada em várias ocasiões em reconhecimento à qualidade de seus produtos.
Logo no início do século XX o empreendimento foi comprado pelo ervateiro Cel. Zacarias de Paula Xavier, cuja gestão foi marcada pelo avanço na modernização dos equipamentos e pela contratação de novos especialistas, vindos da Alemanha, para a melhoria na composição química e nas técnicas decorativas aplicadas às peças. Foi, então, renomeada Fábrica de Louças São Zacarias - até que um incêndio destruiu suas instalações em 1925.
Cogita-se que esta tenha sido a primeira produção em escala industrial de louças no país e seu legado pode ser verificado nas inúmeras fábricas deste tipo que surgiram na região metropolitana de Curitiba, muitas fundadas por grupos de indivíduos com experiência no estabelecimento em Colombo. Com a abundância de matéria-prima, um mineral branco chamado caulim, e o conhecimento acumulado das técnicas produtivas, a fabricação de cerâmica prosperou e, inclusive, garantiu que Campo Largo fosse conhecida pela alcunha de “capital da louça”.

Em destaque a foto  de um medalhão cerâmico policromático com figuras em relevo, ofertado ao presidente do estado, onde está escrito o seguinte:

“Ao Exmo. Senr.
Dr. Antonio Augusto C. Chaves,
D. Ministro do Interior.
Offerece a
fabrica de louças de
Colombo, Paraná.
4-11-1899”

E na parte de baixo está escrito:

“João Ortolani a fez”

João Ortolani


Pela parecença do sobrenome, naturalmente o senhor João chamou a minha atenção.
O Sr. João (possivelmente Giovanni) veio da Itália para trabalhar na fábrica de louças.
Era decorador formado pela Academia de Pintura e Escultura de Verona. Chegou no Brasil como imigrante em 1898, contratado pela Colombo.
Além de fazer diversos objetos artístico para a Colombo, a pintura e ornamentação interna do Paço da Liberdade é atribuída a ele, em um trabalho conjunto com João Guelfi.
Ele também decorou algumas casas na cidade, entre elas o Solar dos Leões.
Depois que saiu da fábrica de louças, montou um ateliê na Rua São Francisco.

Referências:

MORALES, Martha Helena Loeblein Becker. A Fábrica de Louças Colombo e o processo de formação de uma identidade: um estudo de caso através da história e da arqueologia. 2006. 87 f. Monografia (Bacharelando e Licenciatura em História). Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Curitiba.
RIZZI, Suzelle. Cândido de Abreu e a Arquitetura de Curitiba entre 1897 e 1916. 2003. 186 p. Dissertação (Mestrado em Teoria, História e Crítica da Arquitetura). Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba.