segunda-feira, 17 de agosto de 2020

C/2020 F3 Neowise - o cometa que não vi

Entre árvores e com um muro, foto noturna com estrelas no céu, em Curitiba

Não vi e não fotografei o cometa C/2020 F3 Neowise. Mas não foi por falta de tentativas.

Quando começaram a surgir as primeiras fotos do cometa, tiradas no hemisfério norte, fiquei bem esperançoso de que esse poderia ser o terceiro cometa que observaria a olho nu.

Teoricamente a primeira oportunidade, bem remota, de observá-lo seria em meados de junho, a Este, durante o nascer do sol. Nem me dei ao trabalho. Não tenho uma vista do horizonte nesta direção e a luminosidade do sol atrapalharia.

A outra oportunidade seria a partir do dia 22 de julho, a NW, durante o pôr do sol. Nos primeiros dias ignorei o assunto, pois estaria muito próximo da linha do horizonte e ainda com muita luminosidade do sol. Próximo do horizonte tem também a influência maior das luzes da cidade e do smog.

Mas a medida que os dias foram passando, com o cometa cada vez mais alto e sem o sol para atrapalhar, passei a tentar observá-lo, e fotografá-lo, todos os dias.
Ao mesmo tempo a luminosidade da lua aumentava a cada dia, rumo a lua cheia. Com os dias passando foi ficando claro que não seria possível observá-lo apenas com os olhos, mas a esperança de capturá-lo em uma fotografia permanecia, principalmente por que a lua surgia cada vez mais tarde e ele ficava cada vez mais alto no horizonte, criando uma janela de oportunidade.

Mas não foi possível, mesmo tentando diversas técnicas de tratamento das imagens, como o empilhamento de fotos e outros.

A única foto que vi do cometa que imagino ter sido tirada na região de Curitiba (a publicação não está clara quanto a isto) foi uma divulgada no dia 2 de agosto pelo Parque da Ciência, de Pinhais. A foto foi tirada com um telescópio e o cometa já era apenas uma nódoa luminosa, já sem a cauda.

Fico devendo. A foto do C/2020 F3 Neowise sobre Curitiba fica para a próxima passagem dele, daqui uns 6.700 anos.