sábado, 3 de julho de 2021

Igreja São Francisco de Paula

Igreja São Francisco de Paula
Igreja São Francisco de Paula - fachada
Igreja São Francisco de Paula - detlahe da fachada com estátuas do profetas
Igreja São Francisco de Paula - detalhe do grande campanário (torre sineira)

Localizada na Rua Saldanha Marinho, esquina com a Rua Desembargador Motta, a Igreja São Francisco de Paula é a sede da paróquia de mesmo nome e uma Unidade de Interesse de Preservação.

O prédio em estilo neorromano (“Gosto arquitetônico utilizado sobretudo na construção de igrejas em finais do século XIX e início deste. Consiste no uso de templos romanos como modelo para a edificação.”).
Na parte superior do grande pórtico há quatro estátuas que imagino serem dos Profetas Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel).
Na faixa no brazão na parte superior está escrito Caritas Chirsti Urget (Caridade pede a Cristo).
Interessante também o alto campanário, com relógio, localizado no fundo da igreja.

Em 1914, o prefeito Cândido de Abreu permutou com a Diocese de Curitiba a área onde está localizada o que hoje chamamos de Ruínas do São Francisco, na Praça João Cândido, pelo terreno da atual Igreja Paroquial de São Francisco de Paula.
A Diocese recebeu em doação dois outros terrenos, onde foi construída uma escola paroquial, junto a uma pequena igreja de madeira. A construção do prédio atual começou em 1949.
A construção foi bem lenta, sempre com dificuldades financeiras. Mas, em 1954, mesmo com o prédio inacabado os cultos passaram a serem celebrados no local, inclusive com a celebração do primeiro casamento.
Em um depoimento à jornalista Lucia Norcio, citado na monografia de Giorgio Dal Molin, está escrito:
“Os primeiros noivos foram justamente Aldo e Rute Bertoldi. Fiéis paroquianos até os dias de hoje, eles contam que o ambiente em construção, repleto de tijolos, areia e cal, rendeu muitas críticas de amigos que lhes sugeriam outras paróquias, como a tradicional Santa Terezinha. Irredutíveis, não restou aos amigos outra alternativa senão apoiá-los. Luiz Porat, também ainda freqüentador assíduo da paróquia, decidiu decorar o local. Hoje ele dá risadas de sua ideia, classificando-a de cafona, no que é contestado pelo casal e Oswaldo Guiss. Eles contam que na entrada do “templo em obras” os convidados se depararam com as letras R e A feitas com hortênsias. Os bancos foram decorados com flores da época e o altar, com imagens de Nossa Senhora das Vitórias e Santa Inês, trazidas de outras paróquias. Da cerimônia, eles também se recordam divertidos da “audácia” de Modesto Porat: ele enfrentou o então padre Jerônimo Mazarotto, pároco de Santa Terezinha, e pediu emprestado o “pomposo tapete vermelho” usado nos casamentos da tradicional igreja. “O que eu queria era que a Rute e o Aldo em vez de pisarem em pedras e areia, desfilassem sobre o tapete”, explica, divertido.”
Por fim, em 1961 a igreja recebeu a benção episcopal.

Publicação relacionada:

Referências:
DAL MOLIN, Giorgio. Do Beco do Ébano à Rua Saldanha Marinho: séc. XIX a 1943. 2017. 61 f. Monografia (Bacharel em História, Memória e Imagem) - Setor de Ciências Humanas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
MACEDO, Rafael Valdomiro Greca de. Curitiba Luz dos Pinhais. 2º ed. Curitiba: Solar do Rosário, 2018. 592 p.
ALBERNAZ, Maria Paula, MODESTO LIMA, Cecília. Dicionário ilustrado de arquitetura. 1. ed. São Paulo: ProEditores, 1998. 2 v.